sábado, 12 de abril de 2008

O CONDADO PORTUCALENSE REVISITADO E REDESENHADO

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O condado portucalense revisitado e redesenhado


José Magalhães*

Estou farto! E estou farto de pensar no assunto, e chego sempre às mesmas conclusões. Não saio disto. De uma forma ou de outra é assim que as coisas se me apresentam.
Estamos a ser governados a nível nacional, por pessoas que por certo não serão o que de melhor temos.
Esses, os melhores, estão caladinhos, nas empresas, ocupados a criar riqueza para eles e para mais alguns. E convenhamos, vão-se meter nas governações para quê? Para deixarem de ter vida própria, e a que têm, ser vasculhada e deturpada por toda a espécie de gente? Para receberem pouco e mal, serem apelidados de tudo e mais alguma desde ladrões a fascistas ou outras quaisquer coisas, e trabalharem 24 sobre 24 horas?
Cada vez mais, estou convencido que é mais que necessário dar uma volta muito grande nestas coisas, como por exemplo dar condições para que essas “cabeças” se sintam motivadas para a causa pública. Mas isso…… !!!
Dentro de algum tempo, vai estar de novo em cima de algumas mesas, o “dossier” da regionalização.
Fruto das minhas cogitações, vou dar uma achega para essa contenda.
Sempre fui adepto de uma verdadeira descentralização, mas agora ao ver o que dia-a-dia se passa no nosso país, em que a centralização, seja do que for, é uma palavra de ordem, mais me convenço que isto só lá vai com a regionalização.
Vamos em frente com ela então!
Façamos de Portugal um país com várias regiões autónomas.
Para além das existentes, Madeira e Açores, outras regiões, e de entre elas, a nossa… um “Novo Condado Portucalense”.
Juntemo-nos, e entre Minho, Douro, Trás-os-Montes e também as Beiras, façamos uma região autónoma de categoria, com força negocial.
Os outros, se assim o entenderem, que lutem por terem uma para eles.
Deixemo-nos de “paz podre”, de “não me chateiem” e de “não é nada comigo”.
Vamos á luta. Comecemos com subscrições, com “abaixo-assinados”, com artigos nos jornais, com “blogues” na internet. Discutamos nos cafés e apresentemos os nossos pontos de vista. Forcemos a discussão na televisão, e só aceitemos moderadores capazes e sérios.
Estamos a ser cultural, política e economicamente colonizados, se não mesmo em alguns casos, escravizados.
De tudo se depende do poder central (cada vez mais centralizado), e de negociações, que o governo central faz por si só, e em nosso nome, com a Europa. Somos uma das regiões mais pobres que este continente tem. E só dentro do nosso país, na capital, e em média, cada habitante ganha em cada mês, quase mais 300 euros que os nossos. Só este dinheiro, se existisse nos nossos bolsos, daria para muita gente deixar de passar fome.
Por todo o lado há vendidos ao capital e à capital. O bairrismo moderado desapareceu. Os interesses de uns poucos, sobrepõem-se à maioria. As invejas são o pão nosso de cada dia.
A educação está cada vez mais arredada da nossa juventude. Cada vez mais se sabe menos e cada vez há mais desrespeito pelos outros. Quanto à cultura, nem é bom falar. Cada vez se aprende menos. Cultura geral é coisa do passado. O abandono escolar antes do 9º ano é mais do dobro da existente na Europa. Estuda-se para se ser especializado em nada, e só se sabe desse assunto. Nem a nossa língua sabemos ler, falar (basta ouvir os “jornalistas” das televisões e das rádios que nos entram pela casa dentro) ou escrever em condições. Se falarmos em contas - mesmo as mais simples, a tabuada ou até as de somar -… é um desastre! Há quantos anos andamos a reformar as reformas do ensino?
Entretanto dizem-me (gente anónima, do povo, com a cultura que a vida lhes dá) que mais parecemos um país onde uma qualquer associação de malfeitores, tenha tomado as rédeas do poder. Fala-se até, nas mesas dos cafés e nas esplanadas onde o perigo de serem escutados é diminuto, quase de boca a ouvido, que há criminosos a protegerem outros criminosos, que há crimes que já não são crimes, e que há bandidos que o eram e já o não são, e que por via disso estão a ser libertados. Ouço ainda, que o Estado, em vez de acabar com a droga nas prisões (fosse de que forma fosse), promove a troca de seringas, legalizando-a implicitamente. Nem queria acreditar, e por isso fui ler os jornais, e a não ser que eu já não o saiba fazer em condições, foi isso que li.
Estamos cada vez mais anestesiados. Olhamos para a maior catástrofe, noticiada nos jornais ou na “tv”, com a mesma indiferença com que vemos um pobre a pedir para comer, medidas deste quilate tomadas pelo governo, ou um espectáculo medíocre que vai passando na televisão.
Já não há valores, nem respeito, nem consideração pelas pessoas.
Para tudo se diz e pensa, primeiro Eu, segundo Eu, depois ainda Eu, e logo a seguir Eu, e só depois venho Eu e os outros……………… desde que não me incomodem!
Por tudo isto, EU ESTOU FARTO !!!
E como eu, milhares de Portugueses, que à socapa ou mais abertamente, lá se vão insurgindo contra o estado das coisas, mas que ainda não tiveram um catalisador credível para avançarem.
A insatisfação é enorme. As crises, económica e de valores, grassam por todo o lado.
Insurjamo-nos, e procuremos esse catalisador, que anda por aí… que eu sei!
Que vos falta para juntarem a vossa voz à minha?


*Porto

CARTA ABERTA AO PRESIDENTE DA CÂMARA DA CIDADE DPO PORTO 2

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TEXTO ESCRITO EM PRINCÍPIOS DE SETEMBRO E PUBLICADO NO JORNAL "O PRIMEIRO DE JANEIRO" NO DIA 16 DE NOVEMBRO DE 2007
Carta aberta ao Presidente da Câmara do Porto - 2

José Magalhães*

Caro presidente,
Deixe-me dizer-lhe que, após uma primeira carta escrita e publicada no PJ em 4/7 p.p., e também porque o senhor me faz lembrar uma pessoa muito querida, tanto física como intelectualmente, me permito deixar-me de mais apresentações e trata-lo com este à-vontade. Hoje, continuando a desejar que continue o “bom” trabalho que tem vindo a fazer, pese embora algumas coisitas poucas, que lhe vou lembrando ou avisando – (como por exemplo estas obras no centro da cidade…. Olhe que foram um bocado mal resolvidas, não acha? Está a ficar bonito e vai melhorar a cidade, mas demoraram um tempo do caraças! Tempos infinitos para as completar, e ainda não estão, … veja só o que se passa agora na Rua Formosa e há quanto tempo as obras lá andam… e quantos prejuízos os comerciantes não tiveram que aguentar… os que ainda não “morreram”) – venho falar-lhe de coisas que por certo, o senhor ou os seus assessores já terão estudado ou pensado ou até começado a por em prática. Deixo outras, igualmente importantes para outra altura. Como se sabe, quando fazemos algo de bom e com repercussões válidas, podemos e até em certos casos, devemos, aproveitar a onda e fazer mais do mesmo. Vem isto a propósito das corridas, de carros e de aviões que em boa hora o Sr. tratou de trazer para a nossa cidade. Será que é asneira pensar que a nossa cidade precisa de eventos destes e de outros para que seja ainda mais visitada, para que forasteiros venham cá trazer o seu dinheiro para movimentar o comércio e os serviços, para criar emprego nem que seja temporário e todos nós vivermos melhor? Aproveitando esta onda, não se poderia pensar em fazer no Porto anualmente, um festival aéreo, corridas de motos, concursos de poesia em que o mote fosse a cidade, concursos de ideias para melhorar a vida da cidade, para melhorar e incentivar a visibilidade do Porto lá fora, concursos de estatuária e de pintura em que o mote fosse também a cidade e suas gentes, em posições e estados do dia-a-dia, sei lá, todos as hipóteses de coisas que possam elevar ainda mais a cidade, e leva-la ao conhecimento mundial, pelas coisas que só cá existam? Oh meu caro amigo presidente, que não duvido que o seja já que sou um seu concidadão, até que ponto será difícil fazer ainda mais coisas pela cidade, sejam elas populistas ou não, mas de que todos beneficiemos economicamente, seja directa ou indirectamente? Temos que trazer para cá cada vez mais turistas nacionais e estrangeiros, mas turismo de qualidade, e isso só se consegue com a realização de muitos e bons eventos ou a construção de coisas que não haja noutro lado. Vamos incentivar a vida nocturna, com qualidade e segurança. Vamos trazer ao Porto um S. João todos os meses, que dinamize o comércio e os serviços. Deixem-se de estudos e propostas e palestras e outras coisas quejandas. Está tudo estudado. O comércio tradicional da cidade do Porto, está a morrer!!! Venham mas é salvar-nos. Somos nós, comerciantes, que fazemos a cidade mexer. Não circula dinheiro nas nossas lojas e estamos fartos de medidas avulsas que só ajudam os “grandes”. Assim “não vamos lá”! Trabalhem para, em dias (e não meses ou anos!) ou semanas, mudar esta “trampa” toda. Se aí na Câmara, não sabem o que fazer, ou não têm quem saiba (embora esteja convencido que têm), vão chamar os espanhóis ou outros estrangeiros para vos ensinarem. Façam festas, exposições, concursos, mostras, seja o que for que nos traga gente com dinheiro já amanhã, e que fiquem pelo menos dois ou três dias por cá, que não sejam sábado e domingo, (para que assim possam “ir às compras” no nosso comércio tradicional). Limpem melhor a cidade, cuja limpeza, em certas alturas, deixa imenso a desejar e é um péssimo cartaz para quem nos visita. E não falo só do lixo nas ruas, espalhado e abandonado, mas também de prédios cujas fachadas são ou estão um perfeito e completo nojo! Aumentem a vigilância nas ruas para ente outras coisas impedir o vandalismo. Tragam gente de fora para ver coisas que só aqui podem ver, ou comprar o que só no Porto se possa comprar. Baixem os preços das habitações do centro da cidade, das dormidas e dos parques de estacionamento. Deixem quem tem carro, parar 15 minutos nas ruas pedonais, para efectuar compras, seja a que horas forem, sem serem perseguidos pela polícia municipal. Promovam a animação de rua, com qualidade. Erradiquem os arrumadores, os pedintes e as lojas que trazem a “fatelice” (vulgo 300 e chineses) pelo menos das zonas nobres da cidade e do comércio. Obriguem as lojas de fábrica a não concorrer deslealmente com os restantes comércios. Eu sei da livre concorrência, dos direitos de toda a gente e tudo o mais, mas… será que eles jogam com o mesmo baralho de cartas com que nós jogamos? E não se pode fazer nada? È só, aguentar e cara alegre? E o caso mais recente de estarem de novo a tentar inverter a lei que obriga as grandes superfícies a fechar aos domingos e feriados de tarde? Querem permitir de novo a sua abertura, num renovado ataque dos chamados grandes aos pequenos e médios comerciantes… Não se vai fazer nada? Vamos permitir que tal se faça? E já agora, senhor presidente, já pensou em soluções para inverter a situação a que chegamos, quando verificamos que em média, os trabalhadores da capital ganham mais quase 300 euros em cada mês, que a gente cá de cima? E que ainda há quem esteja pior? Já pensou também, em liderar um movimento para nos libertarmos do poder económico central, e outros poderes também centralizados? A regionalização seria uma óptima ideia!!! Isto digo eu, que destas coisas não entendo nada, só mesmo o que vou ouvindo por aí. E isto, Dr. Rui Rio, é o que se me oferece dizer-lhe agora e hoje sobre a minha cidade. Obrigado pela sua atenção, até qualquer dia, e … depois não diga que eu não o avisei!!! Fique o Senhor Presidente muito bem, e desculpe qualquer coisinha!!! No entretanto, aceite os melhores cumprimentos do
*Porto

O CARRO ELÉCTRICO E A BAIXA PORTUENSE

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O carro eléctrico e a baixa portuense


Demorou 30 anos, mas finalmente voltou.
Bem-vindo, carro eléctrico!
O seu regresso trás mais poesia à cidade!
A cidade, e o comércio de rua (tradicional) aplaudem, ou devem aplaudir a ideia e a sua concretização.
Ao contrário da presidente da Associação dos Comerciantes do Porto, e como comerciante, apoio completamente a sua vinda.
Entendo que é bom para a cidade.
Retarda a pressa e aumenta a mobilidade e a qualidade de vida.
Para além disso, é mais uma atracção que a cidade oferece, e o Porto precisa de ter coisas que as outras cidades não têm, e que tragam turistas nacionais e estrangeiros, para as ver.
E o eléctrico pode ser uma delas.
A baixa da cidade não irá melhorar significativamente com a vinda dos amarelinhos, como se fosse uma mezinha milagrosa, mas que pode ser uma ajuda, e todas as ajudas são bem-vindas, lá isso pode!
Pena é que ninguém tenha, ainda, tido a ideia de transformar a linha 22, com uma assiduidade maior que a que se propõe (por exemplo de 10 em 10 minutos), numa linha gratuita, paga por todo o comércio, através da sua associação, com os dinheiros das quotizações dos seus associados ou os do Porto Vivo, ou pela Câmara Municipal, como ajuda à revitalização do centro da cidade, que é e sempre foi uma bandeira desta administração, ou por ambas, em parceria.
Deveria ainda, ter um horário um pouco mais alargado, se nos lembrarmos que uma parte do comércio, no centro da cidade, abre às 9h e fecha às 20h, e fora desse horário a baixa parece um deserto cheio de insegurança.
Pode ser que agora, feito este alerta, os senhores pensadores da nossa cidade, pensem um pouco mais em nós, e nas nossas necessidades.
O carro eléctrico pode vir a ser uma boa ajuda para diminuir a desertificação do centro em algumas das horas de menos movimento, e no essencial, precisamos de gente, e de segurança, a todas as horas do dia e da noite, na baixa portuense.
O carro eléctrico faz parte da memória da cidade e merecemos o seu regresso para que faça também parte do nosso futuro.
Fomos os primeiros da península ibérica a tê-los e devemos mantê-los bem vivos.
O Porto com eles fica ainda mais belo.

José Magalhães*


ANDO PERDIDO NA NOSSA CIDADE

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Ando perdido na nossa cidade


Ando perdido na minha cidade.
Os valores e expressões que aprendi em ganapo, foram apagados com a nossa permissão, passividade e subserviência, pelos dos gajos dos bués, das bicas, muita, ganda, e por aí fora... !
Perdemos a paixão genuína do “carago”, dos “pinchos”, das “bichas”, dos “moletes”, etc..
Perdemos a massa critica da cidade que um dia soube bater o pé aos de lá de baixo. Perdemos gente rendida à capital, perdemos influência política, competitividade, poder de compra, sedes de empresas, ligações directas do nosso aeroporto (que aos poucos vamos recuperando, graças aos Low Cost e às novas instalações, o que já faz com que muita gente ande aflita – ninguém gosta do sucesso dos outros). Perdemos capacidade reivindicativa, perdemos o orgulho na nossa troca dos “bês” pelos “vês” - que hoje é uma vergonha para quem o faz -, e até nas novelas que diariamente nos invadem, os habitantes do Porto falam com sotaque dos de Lisboa, como se não fossemos mais que uma delegação deles.
E com tudo isto ganhamos realmente uma enorme crise.
Somos ofendidos, ignorados e reduzidos a meia dúzia de pessoas, a um jornal, a um clube e pouco mais – assim dito e redito no programa de televisão pública Prós e Contras, e não ouvi ninguém, dos presentes e ditos defensores da nossa cidade e da nossa região, protestar, embora se vissem aqui e ali, caras de pessoas que se sentiam incomodadas.
Houve vozes que não houve, notáveis que não estiveram e que com razão recusaram o convite para a sua presença, e uma apresentadora, principal responsável por muitos como eu quase nunca verem o programa, facciosa e mal preparada, ou melhor dito, talvez adequadamente preparada, como se ouve dizer por aí nas mesas de café.
Escondeu o Porto real, das pessoas, do carácter, da cultura e do património.
Escondeu alguns problemas e muitos desejos de uma forma sublime, não permitindo nunca veleidades a quem eventualmente quisesse focá-los.
Minimizou o Porto como marca internacional de qualidade, reduzindo-o ao futebol e seus êxitos.
Escolheu lugares comuns e as crises económicas e de emprego, como tema quase único da conversa, culpandoúnica e totalmente as personalidades da nossa região e suas gentes de uma maneira geral, dos problemas imensos em que estamos atolados.
E tudo isto os presentes foram consentindo de uma forma ou de outra, não se vendo ninguém, com coragem e autoridade para acabar com aquilo.
Não deixa de ser engraçado que, para uma pessoa que, como eu, acha que o país é demasiado pequeno para haver regionalização, e que uma real descentralização seria verdadeiramente eficaz, vendo coisas destas, começa a fazer sentido um país de regiões, onde cada um coma com a sua, onde as nossas características e capacidades possam ser valorizados.
Para quando um movimento para a promoção e o consumo de produtos da nossa região e das nossas empresas, da nossa pronúncia, das nossas palavras e das nossas pessoas?
Para quando, e de novo, “gajos do carago”, à moda do Porto, de antes quebrar que torcer, de muita força e de muito carácter?
Que apareçam, que eles andam por aí ..... que eu sei!!!

José Magalhães*

À CAUSE DE.... "RENASCER O CIRCUITO DE VILA REAL"

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À cause de.... “Renascer o Circuito de Vila Real”





José Fernando Vieira
de Magalhães*

Depois de ler, com a atenção devida o texto em referência, e após conversas com quem realmente sabe destas coisas, não tenho dúvidas em afirmar que o circuito de Vila Real, renovado e renascido, vai ser em Outubro próximo, um êxito de nível (até) internacional.
Também não tenho dúvidas em afirmar que o velho circuito era um dos mais bonitos dos existentes em Portugal, tendo-me, nos anos 60 e 70, deslocado muitas vezes desde o Porto, à boleia, ficando a dormir ao relento ou em tendas na Timpeira, só para ver e sentir as corridas.
Não tenho ainda dúvidas em afirmar que o autor do texto conhece nomes bem sonantes dos desportos motorizados da altura e até marcas e modelos de carros, conhecerá a realidade do renovado circuito, ainda em obras, mas não fez os “trabalhos de casa” quando fala do circuito da Boavista. Tinha-lhe ficado bem, tê-los feito!
Os comentários ao “meu” circuito, denegrindo-o na tentativa vã de assim elevar o “dele”, são tristes pela aparentemente propositada imprecisão, que não pela falta de conhecimentos que denota, esperando-se que também não por outros atributos menos bons de caracter e personalidade.
O renovado, modificado e alterado circuito transmontano, não precisará por certo, nem agradecerá, para se afirmar, de uma tal atitude.
Na minha carta aberta ao senhor presidente da câmara do Porto, publicada em 4 de Julho, alertava eu para futuros ataques ao circuito da Boavista. Nunca imaginei que chegassem tão cedo.
Por tudo isto, não resisto em colocar certos pontos em certos is.
A saber:
1-A ideia da vinda do WTCC para o Porto, não terá sido da autoria do “teimoso” Dr. Rio, antes do promotor Sr. Francisco Santos.
2-A largura da pista do circuito, obedece a directivas da FIA, que impõe uma medida mínima, que foi respeitada.
3-As intermináveis fiadas de “rails”, e o amontoado de pneus ao longo de circuito, não foram postos porque o Presidente da Câmara quis, mas porque é assim mesmo que se faz em todos os circuitos do mundo. Como irão fazer os organizadores de “Vila Real”?
4-A “chicane” que motivou muitos toques e por fim até interrupções, e que foi alvo das críticas generalizadas dos pilotos, foi imposta pela FIA, exactamente nos moldes ( medidas, formato etc. ) em que foi feita.
5-O circuito da Boavista, na opinião do autor do texto a que faço referência, “fabricado e inventado”, é-o tanto quanto o renovado de Vila Real, por preencher os requisitos internacionais dos pontos 2, 3 e 4
6-Os primeiros circuitos da Boavista (1931/1932/1933) – com um traçado que consistia em duas rectas, uma em cada faixa da av. da boavista, ligadas por duas curvas nos topos -, são tão antigos como o primeiro circuito de Vila Real (1931), muito embora já tivesse havido no Porto, em data anterior os “quilómetros lançados” ( na av. da boavista – anos 20 ).
O primeiro Circuito Internacional do Porto realizou-se em 1950– av. da boavista / av. antunes guimarães / lidador ( esta rua só apareceria em 1952 quando da optimização do traçado ) / circunvalação / castelo do queijo -, e o primeiro Grande Prémio de Portugal de F1 em 1958.
7-No próximo 2008, o WTCC, vai ao Estoril, pelo que não será possível ir a Vila Real, como queria o autor daquele texto, e em 2009 julgo haver convénio para o seu regresso ao Porto.
8-Chamar ao circuito da Boavista, “ carros de corrida a dar umas voltinhas na Boavista ”, apelidando várias pessoas de teimosas e caprichosas, quase pode ser considerado no mínimo pobreza intelectual. Isto de se ser anti-qualquer pessoa, só porque sim, ou por interesses de qualquer espécie, não é bonito.
9-Quanto a nomes sonantes do automobilismo, todos os campeões do mundo de F1 e não só, da altura ( anos 50 e 60 ), e muitos outros igualmente brilhantes que nunca foram campeões, tanto nacionais como estrangeiros, correram no circuito da Boavista (Circuito Internacional do Porto e Grande Prémio de Portugal F1)
10-Por último falta dizer que, para além do circuito da Boavista, há mais circuitos estreitinhos, feios, com ou sem curvas largas e com ou sem subidinhas e descidinhas, como por exemplo o de Mónaco onde anualmente se fazem corridas de todas as fórmulas existentes, inclusive a F1, e o de Pau, com problemas idênticos aos do Porto, e nem por isso são menos bons ou alguém se propõe acabar com eles. Os circuitos citadinos são assim mesmo, com essas condicionantes.
Termino, ao contrário dos anseios sobre o circuito da Boavista do autor do texto que me levou a escrever tudo isto, com o desejo de que o circuito de Vila Real, possa vir a ser de novo, um dos mais reputados circuitos nacionais.


*Porto


CARTA ABERTA À PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DOS COMERCIANTES DO PORTO

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Carta aberta à presidente da Associação dos Comerciantes do Porto


José Fernando Magalhães*

Sou um comerciante da cidade, a firma que represento é sócia da A.C.P. há pelo menos setenta anos – tenho uma medalha que o atesta – e temos as nossas quotas em dia. Não sou seu apoiante nem seu detractor. Não lhe dei o meu voto como não o dei a mais ninguém, e assim, para mim, sem segundos sentidos, a senhora é simplesmente a presidente da minha Associação. Escrevo-lhe por causa disso.
No Prós e Contras de 25/6 p.p., de fraca memória, o povo do Porto foi ofendido, e em particular a senhora que foi menorizada enquanto representante dos comerciantes da cidade. Infelizmente, ninguém reagiu a tal situação, nem os ditos defensores da cidade nem a senhora, a quem cortaram a palavra, no limiar da desconsideração.
Após esse debate menor que a RTP passou, sobre o Porto e suas gentes, propõe-se a presidente da A.C.P. promover “O VERDADEIRO DEBATE SOBRE O PORTO”.
Resta saber se, como tantas iniciativas na cidade, não ficará esquecido, não propalado, e não transmitido pelos orgãos que interessam, da região e do país (jornais, televisões, rádios, etc.). Seria interessante ter uma cobertura jornalística nacional como as que se fazem aos congressos dos partidos políticos, ou às eleições na câmara de Lisboa !!!
De debates(inhos) internos, estamos nós fartos, pois que a nada levam e de nada servem.
Os portuenses mais novos ouvem falar de um Porto que já foi a cidade do trabalho e do comércio e sabem que tínhamos uma cidade a fervilhar de gente, com um comércio dinâmico e florescente.
E, lembra-se Srª D. Laura (?), aos sábados de manhã na baixa até parecia o S. João!
Haverá coragem da parte dos responsáveis pela degradação e até destruição do comércio tradicional da cidade, e pelo desaparecimento da capacidade de luta e da grande e intensa movimentação de pessoas que a cidade tinha, para aparecerem?
Veremos lá os presidentes da Câmara, actual e seus dois antecessores, da Sonae, da CCRN, da Associação Comercial do Porto, do grupo Amorim, e outros presidentes e responsáveis de outros organismos igualmente importantes?
Veremos por lá o ministro responsável pela Ota, TGV, Metro e outras coisinhas que de uma maneira ou outra, nos afectam, afectaram ou afectarão? Ou a responsável pela cultura, ou outro qualquer?
Iremos saber quem vai pagar à edilidade os 25 milhões em que foi prejudicada?
Iremos saber por fim das contas da “Comércio Vivo”?
Saberemos o que a Associação tem feito, para acelerar as obras que nos invadem?
Quem iremos ver lá, no Batalha, para além de uns que estão sempre e que são contra tudo e contra todos, e de outros que querem aparecer seja de que maneira for, e dos pequenos comerciantes, com a corda na garganta pela diminuição dos negócios e aflitos para pagar as suas contas, e a quem ninguém liga, e ainda da presidente da A.C.P., que não pode fugir ao seu próprio desafio?
Que conclusões se poderão vir a tomar de tal debate, que tenham efeitos práticos?
Será ele também um debate de “faz de conta” para acalmar os inconformados e os preocupados, e calar os poucos que falam?
Vamos ter a responsabilização dos responsáveis pelo estado das coisas?
Terá o/a moderador/a escolhido/a estofo para tal envergadura?
Tem aqui a Srª D. Laura Rodrigues uma oportunidade de ouro para mostrar aos seus detractores, aos sócios da nossa Associação e aos Portuenses, o quanto vale como presidente. Ficaremos por certo mais cientes do seu valor e do que até hoje tem feito pelo pequeno comércio e pela classe em geral, que como se sabe, toda a gente diz que é das mais desunidas que se conhecem.
E isto digo eu, que destas coisas percebo muito pouco, só o que vou ouvindo por aí.
E depois, minha senhora, não diga não ter havido ninguém que a tivesse avisado.
Fique bem Srª D. Laura e desculpe qualquer coisinha.


CONTINUAÇÃO

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Continuação!


José Fernando Magalhães*

A palavra pressupõe mais qualquer coisita antes ou depois, mas na verdade é usada e abusada de uma maneira insólita... sem mais nada!
Que raio de vocábulo para estar sozinho.
Isolada de tudo e de todos, é assim uma espécie de ordem atirada à cara de quem a ouve, dita de forma quase acintosa.
Posso até entendê-la como um insulto, já que a sinto dardejada.
E desta forma solitária quer dizer o quê ? Ninguém parece saber.
Quando ma atiram e eu returco – de quê? – as pessoas ficam atrapalhadas e não sabem responder. Titubeiam, dizem um “pois” acabrunhado, e riem com caras esquisitas, que é a figura que parecem fazer ao usar tal expressão.
E ás vezes, vá-se lá saber porquê, lá vão respondendo de uma forma acertada.
E quando a tonteira é tal que a usam no plural?
“CONTINUAÇÕES” !
É de um gozo tal que não evito rir.
Mas porque usarão as pessoas, e já o ouvi de gente de todos os níveis e classes sociais, tal palavra, assim dessa maneira?
E isto não é de uma região só, ouve-se por todo o país !
Que fenómeno social será este?
Acharão eles que é fino, que fica bem, que é moda?
Terá sido alguma palavra importada e as pessoas gostam de fazer saber que a conhecem?
Haverá alguma explicação para tal?
E ainda por cima dizem-no como se dissessem uma grande coisa, muitas das vezes com um ar convencido e um sorriso estampado no rosto!
Será que o conhecimento da nossa língua é tão parco que não conseguem dizer o resto da frase, ou será que cansa falar?
Ou pior ainda, será que a crise também chegou ás palavras e é preciso poupar?
Caramba! ...
Sabem que mais? Sabem o que me apetece?
Só desejar que fiquem bem, continuadamente!
Já agora,
CONTINUAÇÕES, PRONTOS!!!
... e...
BUÉS DE OBRIGADOS A TODOS!!


CARTA ABERTA AO PRESIDENTE DA CÂMARA DA CIDADE DPO PORTO

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Carta aberta ao presidente da câmara da cidade do Porto


José Fernando Vieira de Magalhães*

Antes de mais aceite os meus cordiais cumprimentos.
Em abono da verdade devo começar por dizer que votei em si, numa primeira vez porque não gostava do seu principal opositor e na outra porque estava convencido que o senhor seria o melhor Presidente de Câmara para a minha cidade.
Sou um simples comerciante do centro desta nossa cidade, daqueles poucos que lutam, abrindo aos sábados, aos domingos, e aos feriados de todo o ano, a combater os centros comerciais e as grandes superfícies, e ao longo do tempo fui cimentando a ideia de que estava positivamente certo naquela avaliação.
Não misturar assuntos desportivos com políticos... acho bem!
Acabar com a subsídio-dependência... acho bem!
Motivar os mais novos para a leitura... acho bem!
Promover a cidade com desporto motorizado... acho bem!
Promover a cidade seja de que maneira for... acho bem, claro!
Tentar ser fiel ao programa que o elegeu... acho bem!
Reabilitar as casas do centro da cidade com um programa rua a rua, quarteirão a quarteirão... acho bem!
Reabilitar o centro histórico da cidade... acho bem!
Reabilitar o comércio de rua... também acho bem!
Modificar a sala de visitas da cidade, aceitando as ideias de reputados arquitectos... tenho de achar bem!
Reabilitar as praias da cidade dando-lhes a qualidade merecida... acho bem!
A “guerra do túnel” ... até achei bem!
E muitas outras coisas eu... por princípio acho bem!
Mas, senhor doutor Rui Rio, ele há aí umas coisitas, pequeninas, poucas, que eu não acho tão bem.
Desta vez são só duas. A primeira é sobre as obras da cidade, e a outra sobre o “nosso” circuito da Boavista.
Ora vejamos...
É preciso reabilitar a baixa da cidade, claro que sim, e para isso são precisas obras...
Pois!
E para as obras são precisos empreiteiros a quem foram adjudicadas, e que de certeza concorreram da maneira mais correcta e transparente que possa existir.
E esses empreiteiros a quem foram adjudicadas as obras deveriam ter a capacidade de as fazer depressa e bem....
Está a seguir o meu raciocínio Senhor Doutor?
Ora o que acontece é que as obras já estão no terreno há meses, com variadíssimas frentes, e o comum dos cidadãos, nos quais eu me incluo, vê tudo esventrado, e as mais das vezes com quase ninguém a trabalhar, ou mesmo em alguns casos, com ninguém.
O centro da cidade está um buraco imenso, com prejuízos enormes para todo o comércio em geral, que o senhor diz querer reabilitar.
São enormes os prejuízos para os comerciantes que de novo se vêm com obras a porta ou nas imediações, e com o espectro da falência de novo a espreitar.
Sabe, é que os clientes vão embora e muitos deles não voltam mais. E se pensarmos que depois ainda vamos ter as obras do Bolhão, que vão retirar também durante muito tempo as pessoas do centro da cidade, que dizer?
Não lhe parece que é muito, e muito mau?
E sabe o que parece ao povinho que todos os dias se cruza com este estado de coisas?
Parece que quem ganhou a adjudicação das obras, não tem capacidade humana e material para as fazer “depressa e bem”! E se quanto ao “bem” eu não tenho capacidade para poder falar, já no “depressa” digo que as velocidades que se vêm são “devagar, devagarinho e parado”.... só!
E se as pessoas compreendem a necessidade das obras, não percebem de certeza esta morosidade e este aparente desnorte.
É que até parece que era mais fácil ter só metade das frentes de obra e acaba-las antes de começar outras... mas, ao contrário e como vai sendo hábito, lá começaram mais um bocado de obras na Rua Formosa, agora até Santa Catarina, sem se ver qualquer final de qualquer outra parte de obra que esteja já começada.
E isto sou eu a falar, que por aqui ando no meio do pó como os outros, que são cada vez menos, com alguns dias em que mais parece uma cidade fantasma, de tão pouca gente que a circula, com o inerente prejuízo para o comércio, e que, de obras percebo... nada.
E não lhe parece, senhor presidente, que até era giro, que o povo da sua cidade visse o próprio presidente a descer a rua, com dois ou três assessores (mais não, que ainda pensavam que o senhor tinha medo de andar no meio do povoado, desprotegido), e aparecesse de surpresa nas obras, a ver o que se passava? Assim sem eles saberem, e sem terem tempo de fazer deslocar pessoal e maquinaria para o sítio por onde o senhor passava. Pois olhe que o comum dos cidadãos pensa que é assim que fazem quando alguém ( dos que têm poder para modificar ou castigar ) vai verificar alguma coisa.
Que lhe parece esta ideia peregrina de quem de gestão de câmaras e de obras nada entende, mas que ouve o que o povo diz?.... Mal...?.... Pois!!! Espero que não!
E já agora , Dr Rui Rio, a outra coisita pequenina, pouca, de que lhe queria falar.
Já se lembrou de assegurar o “seu” circuito da Boavista para além das duas próximas edições? É que em conversa com amigos que até entendem disso, surgiu a ideia de que assim que o outro circuito, o de Montes Claros, sabe (?), aquele que copiando-nos estão também a querer ressuscitar, tenha luz verde para voltar a existir....o seu circuito vai para lá.... !!!???!!!
E por falar no seu/nosso circuito, parece que aqui no Porto ou mesmo no Norte, não há pessoal habilitado para trabalhar nele. Dizem-me que vem toda a gente de Lisboa, desde comissários de pista e outros, a ajudantes, médicos do INEM e tudo.... só o que de bom o país tem.
Será normal, Senhor Doutor? Já se andam a movimentar? Tão cedo a preparar o terreno para o ataque? Será? Ora veja lá!
A Talento e o ACP, é que mandam, creio eu – dizem-me – e eles são de lá de baixo não é? E o ACP que dizem também, deveria ser Nacional, até parece, parafraseando o “outro senhor”, que é tão somente sulista, elitista e... etc.!
Que faz mesmo o ACP pelo Porto, se até a revista é feita só para o sul do país, tão raras são as notícias que dizem respeito à gente?
Sabe que a nós não nos basta ser tão bons, nem nos basta ser melhores, temos mesmo de ser excepcionais para que as coisas aconteçam cá, e depois, fabulosos, para não deixarmos que nos tirem o que tão bem soubemos construir.
Lembre-se do “nosso” Salão Automóvel, que já esteve na Exponor, e nunca mais estará, e das razões pelas quais veio e pelas quais se foi, e esteja atento Sr Dr.
Não permita que nos roubem o que tão difícil foi de conseguir, seja a que nível for.
E depois não diga que eu não o avisei.
Bem... isto digo eu mais uma vez, que destas coisas não entendo mesmo nada!
Fique o Senhor Presidente muito bem, e desculpe qualquer coisinha!!!

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